Pensa em comprar uma picape?Confira dicas para não jogar dinheiro fora

Carros usados e modelos menores exigem cuidados extras.
Se intenção é transportar mercadoria mais frágil, feche a caçamba


Comprar uma picape exige alguns cuidados para fazer valer cada centavo do investimento e, principalmente, para passar longe de gastos que poderiam ser evitados.
Em primeiro lugar é preciso ter certeza de que tipo de carga pretende carregar e se os modelos mais em conta realmente são os ideais para o que você quer. Por exemplo: os modelos a diesel são mais caros, mas trazem vantagens sobre os outros combustíveis.
De qualquer forma, seja quais forem suas escolhas, independentemente de querer a picape para trabalho ou para transportes ocasionais, prepare-se para ser sempre lembrado por amigos e parentes e se transformar no transportador oficial da família.
A seguir, veja dez dicas que podem não orientá-lo na compra e evitar dores de cabeça futuras:
1) Tamanho da caçamba
2) Caçamba aberta ou fechada?
3) Motor a diesel é caro, mas eficiente
4) Se quer gastar menos, motor flex
5) Modelo menor, maior cuidado com acessórios
6) Picape usada, cuidados extras
7) Ninguém compra um carro para capotar
8)  Valor do seguro pode pesar
9) Veja o que dizem outros consumidores
10) Atenção com os kits de manutenção

1) Tamanho da caçamba
Parece óbvio, mas ter uma visão de longo prazo evita problemas que talvez não tenham solução. As picapes pequenas carregam até 500 kg, enquanto as médias possuem o dobro da capacidade, 1.000 kg. Pensar nas necessidades futuras muitas vezes permite que seu negócio cresça sem grandes dores de cabeça. Comprar um veículo com capacidade de 500 kg para carregar 700 kg é prejuízo porque em algum momento você vai acabar pagando a conta pelo excesso de peso.
Não se esqueça de colocar um protetor de caçamba: materiais duros e pontiagudos podem tirar a tinta e dar início a pontos de ferrugem, o que depreciará bem o seu carro no momento da revenda.

2) Caçamba aberta ou fechada?
Dependendo do produto a ser transportado, talvez você precise fechar sua caçamba com uma capota marítima. A capota marítima reduz a capacidade da caçamba, pois é instalada na altura das laterais. Já se você pretende transportar grandes volumes e precisa se abrigar da chuva, o ideal são as capotas de fibra. Encontradas em lojas de acessórios, contam com diversos modelos (com janela ou sem, escotilha no teto, com porta-escadas). Uma boa pesquisa na internet ajudará encontrar o ideal para sua necessidade.

3) Motor a diesel é caro, mas eficiente
O motor a diesel, apesar de mais caro, é indicado para quem pretende fazer uso comercial do veículo. Mais econômico e mais robusto, suporta melhor uma jornada pesada de trabalho. Além disso, ele "aceita" mais desaforos de funcionários pouco comprometidos com o patrimônio da empresa.
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Dois modelos a diesel fizeram história. A D20 da Chevrolet, com seu motor Maxion Turbo, e a F1000 da Ford, com seu MWM Turbo. Aqui merece um parêntese: são duas picapes formidáveis que, apesar de antigas, ainda são muito procuradas.
Mas a fila anda, hoje alguns modelos são dotados de tecnologia de ponta, como turbinas de baixa inércia (respostas mais rápidas na aceleração) e injeção direta na câmara de combustão (o que permite um aproveitamento melhor do combustível, gerando possível economia).
Na categoria picape grande, as campeãs de venda com motor a diesel em 2013 foram a Chevrolet S10 2.8 turbo, com 200 cavalos de potência e torque de 51 kgfm, e a Toyota Hilux SRV 3.0, com 171 cv e 36,7 kgfm.

4) Se quer gastar menos, motor flex
Indicados para quem quer ter uma picape média com
valor menor, os motores flex ou a gasolina saem com diferença de mais de R$ 20 mil (para menos) em relação aos modelos a diesel. O custo menor não é só por causa do motor, mas também pela possibilidade de se comprar um carro menos completo, com tração 4X2 (só em duas rodas), ou sem sistema de distribuição eletrônica de frenagem (EBD), farol de milha ou vidros elétricos, por exemplo.

Considere que, esses R$ 20 mil a menos podem não serem "economizados" integralmente. É preciso colocar na ponta do lápis gastos como o de combustível, que são maiores na picape flex ou a gasolina do que na diesel, o tipo de uso e a depreciação na hora da revenda.

5) Modelo menor, maior cuidado com acessórios
Se sua opção é por uma picape pequena, preste bastante atenção porque, além da potência e do torque do motor, os preços flutuarão também em relação aos acessórios. Avalie bem as várias opções do mercado e compare o que cada uma oferece: ar-condicionado, direção hidráulica, protetores de caçamba e capotas marítimas têm valor alto.
Se for carregar muito peso, uma suspensão com feixe de molas pode ser mais indicada. Se for carregar mais volume do que peso, molas helicoidais na traseira podem trazer mais conforto aos ocupantes da cabine.

6) Picape usada, cuidados extras
Se for comprar uma picape usada, é imprescindível fazer um check-up na suspensão antes de bater o martelo. Ponha o carro no elevador e verifique o estado das molas, amortecedores e batentes da suspensão traseira.
Faça a verificação dos mesmos itens na suspensão dianteira e acrescente a verificação dos pivôs, borrachas das bandejas e terminais de direção. Esses itens são os que mais sofrem quando os motoristas ultrapassam a carga máxima.
Aproveite que o carro está no alto e olhe se não há vazamentos de óleo do motor, câmbio ou caixa de direção hidráulica. Se a picape for de tamanho médio lembre-se que o preço dos pneus é significativo: pneus gastos ou deformados geram trepidações, pois não aceitam balanceamento. Para finalizar, um test-drive poderá indicar algum barulho ou anomalia que a inspeção visual não detectou, como, por exemplo, uma trinca no chassi, um ruído estranho no motor ou mesmo uma embreagem cansada.

7) Primeira picape? Cuidado para não capotar
Característica marcante das picapes é o centro de gravidade alto. Se esta será a sua primeira experiência com um carrão destes, vá com calma: a tração traseira e essa mudança no centro de gravidade podem gerar situações inesperadas nas curvas.
Se sua picape não possui distribuição eletrônica de frenagem (o EBD, que controla a pressão de óleo de freio em função da carga), pegue leve até dominar as reações, com carga e vazia. Outra diferença que pode ocorrer é a falta de precisão na mudança de marchas, característica de modelos com alavanca comprida - está lembrado da Kombi?
Por último, se a picape não tem o Santo Antônio (protetor de cabine, em aço), vale a pena instalá-lo.

8)  Valor do seguro pode pesar
Antes de fechar negócio, faça a consulta do valor do seguro. O modelo do carro e o perfil do motorista podem alterar o valor da apólice em até 50%. Alguns modelos possuem alto índice de roubo, o que acaba encarecendo o seguro. Brigue por um valor de franquia mais baixo, veículos importados costumam ser muito caros.

9) Veja o que dizem outros consumidores
Consulte os sites de reclamação e saiba como os proprietários estão sendo atendidos pela rede de concessionárias. Veja se suas entregas podem ficar prejudicadas se seu carro tiver que ficar parado por falta de peças.

10) Atenção com os kits de manutenção
Compare o preço dos kits de manutenção de cada marca: você encontrará diferenças de mais de 100% em óleos, filtros, pastilhas e discos de freio.
Não esqueça: estamos no Brasil e, infelizmente, aqui se rouba estepe e até a tampa traseira das caçambas – tanto que algumas picapes pequenas andam por aí com uma madeira fechando a caçamba, pode reparar. Cadeado no estepe e fechadura na tampa também ajudarão a evitar aborrecimentos.

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